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Cursos online – The art of the Start

Na semana passada recebi um email do Bill Reichert, (acho que já falei dele aqui. É um dos co-fundadores da Garage Ventures, junto com o Guy Kawasaki) me contando sobre o seu novo projeto, chamado The Art of the Start:  How to Turn Your Ideas into a High-Growth Business”.

O nome com certeza é inspirado no livro de Guy “The Art from the Start” e em uma série de palestras dele sobre empreendedorismo que você pode encontrar no youtube.

O projeto foi lançado no skillshare (vou falar um pouquinho de skillshare já já) em formato de curso online com o objetivo de compartilhar um pouco a experiência deles (incluindo sucessos e fracassos) em uma série de aulas, incluindo: como começar a sua startup, lançamento do produto e como atrair clientes, bootstrapping (que significa financiada com recursos próprios, sem investimento externo) e como levantar investimentos, uso de mídias tradicionais e mídias sociais, além de vários outros tópicos muito úteis para qualquer empreendedor.

Já assisti a algumas aulas. Como é interessante ouvir dois líderes tão inspiradores – Guy Kawasaki e Bill Reichert – levantarem questões como: começar uma Startup com o objetivo de ganhar dinheiro vs gerar valor. Antes de começar uma empreitada que dá um trabalho danado e que não tem vida curta (pelo menos não é o que se deseja), pergunte-se que tipo de valores você quer trazer para o mundo com a sua empresa? E isso não significa ter um lugar bacana e divertido para trabalhar, isso não significa reconhecimento (isso, aliás, é algo que um empreendedor demora muuito a conseguir), muito menos ganhar dinheiro. Veja bem, ganhar dinheiro faz parte do jogo, óbvio. Mas se essa for a sua motivação será muito difícil ficar no jogo até o fim com sensação boa de estar fazendo algo legal e de que gosta.

As aulas reforçam bastante conceitos de Lean Startup e Design Thinking e, no meio da confusão do dia-a-dia, quando você está resolvendo tantas questões operacionais, de social media, revisando conteúdo do site, adaptando tecnologias e testando plugins, uma pausa para ouvir essas duas feras é um refresco, cheio de inspiração e motivação, coisas que todo empreendedor precisa (e muito)! Terminei as aulas que já assisti com vontade de fazer coisas legais na BoBAGS.

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Falando um pouquinho do skillshare, para quem não conhece. É uma mídia social para “online learning”. Se você está com bom inglês é uma oportunidade legal para aprender uma ferramenta nova, como mexer no photoshop, como nomear seus “boards” no Pinterest, conhecer um pouco mais de excel, social media, marketing. Você pode seguir esses tópicos (vide imagem abaixo) e receber atualizações sobre centenas de cursos relacionados a tecnologia, design, fotografia. Por menos de 10 dólares você tem acesso a quantas aulas quiser, além de poder dar notas e verificar quais são as aulas mais populares.

 

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Primeira Aceleradora no Vale

Em setembro de 2013 eu participei com a BoBAGS do primeiro batch da aceleradora Women Startup Lab,  focada em criar uma comunidade de Startups lideradas por mulheres e em ajudar a acelerar essas empresas. Conheci mulheres incríveis e algumas viraram boas amigas.
Foi o processo ideal para o momento em que vivia: precisava desenvolver uma rede de pessoas que estavam passando pelo mesmo momento de vida que eu, de gente para trocar idéias, precisava desenvolver liderança, receber feedback e aprimorar o meu negócio. Isso tudo sem precisar abrir mão de equity. Portanto, WSLab foi a solução perfeita.

Nesses quase quatro meses que passei no WSLab aprendi bastante coisa. A rotina era mais ou menos assim:

  • Eu me encontrava semanalmente com dois mentores. Um deles era a Fran Maier (co-founder do Match.com) que foi super bacana e até se interessou em vender bolsas para a BoBAGS. O outro era um serial entrepreneur aqui do Vale também super legal.
  • Sessões de coaching semanais. Era o momento de parar tudo e olhar para dentro. Foi nesse processo que acabamos criando um laço forte entre as empreendedoras: todas mulheres, compartilhando vitórias, fracassos, aprendendo a comunicar problemas, treinando liderança e aprendendo a seguir em frente, em direção às visões que temos para nossas empresas. Acho legal desenvolver mais um pouco mais sobre coaching para empreendedores pois é algo que precisamos que ter mais no Brasil. Dois pontos interessantes:
  1.  No primeiro dia de aceleração nós ganhamos uma planilha e tivemos que listar dois objetivos reais e mensuráveis que gostaríamos de conquistar até o fim dos três meses.  Começamos a preencher a planilha de trás para frente, ou seja, se o seu objetivo para o fim dos 3 meses é ter 5.000 usuários, quais são os milestones que você precisa atingir um mês antes? E dois meses antes? Semanalmente preenchíamos as ações que nos levaríam ao próximo milestone e sempre acompanhando o que fizemos e o que não fizemos. Além disso, tinha uma coluna que tínhamos que preencher com as vitórias da semana. Incrível como temos tantas vitórias que não comemoramos: a cliente que escreveu um email elogioso, aquela matéria na revista que mencionou a sua empresa, a apresentação corporativa que faltava terminar. Enfim, as pequenas vitórias são muito importantes na vida de um empreendedor.
  2. Sempre que chegávamos na sala tínhamos um exercício chamado “Centering Practise”, desenvolvido pelo Strozzi Institute. Trata-se de um experimento que envolve postura, respiração, observação e sabedoria. Eu pratico até hoje, principalmente em momentos de maior tensão como, por exemplo, antes de uma reunião importante. Farei um post explicando como é o exercício tim-tim por tim-tim.
  • Por último, durante a tarde tínhamos algumas horas de “pitch training” com o Bill Joos. O Bill é super fera e um dos co-founders da Garage Ventures, junto com o Guy Kawasaki e o mote dele é  “life’s a pitch” ou, a vida é um pitch ou uma apresentação (na falta de uma tradução melhor para pitch). O treinamento vale um (ou vários ) posts. Oratória não é  algo bem trabalhado no ensino fundamental no Brasil e acabamos aprendendo na marra mesmo. A gente fica com vergonha de se vender e culturalmente não é educado falar de você mesmo.  Americanos sobem no palco e apresentam qualquer coisa. Aqui tem “elevator pitch”, “napkin pitch”, “handshake pitch”.  Interessante aprender um pouco sobre cada técnica, praticar o seu “pitch” e encontrar as palavras que lhe dão conforto para apresentar o seu negócio e clareza para quem está ouvindo. Eu não sou muito fã dessa mania de criar uma nomenclatura para tudo, mas me ajudou a organizar um pouco melhor a maneira de apresentar a minha empresa.

Em janeiro deste ano tive a oportunidade de apresentar a BoBAGS, junto com outras 5 startups, para algumas figuras interessantes do Vale, dentre elas o próprio Guy Kawasaki e o Bill Reichert. Treinei o meu pitch, recebi feedback e alguns já até coloquei em prática.

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Empreender com um bocadinho de sorte

Tanta coisa legal que gostaria de ter compartilhado por aqui nesses últimos meses. Culpa da BoBAGS 🙂

Mas estou de volta! Tenho pensado bastante em escrever mais sobre essa longa jornada que é o empreendedorismo. Após um ano aqui no Vale do Silício, envolvida com empreendedores, aceleradoras, incubadoras, mentores, Stanford, etc. aprendi muita coisa. Interessante ver tantos exemplos de sucesso (e também de fracasso), aprender um pouquinho aqui, um pouquinho ali e, finalmente, concluir que não existe uma fórmula.

Posso listar tantas palestras, “fireside chats”, workshops e conferências que participei este ano com figuras como: Ron Johnson (para quem não sabe, é simplesmente o cara que criou o conceito das lojas da Apple), Carlos Ghosn, Andy Dunn (fundador da Bonobos), Jess Lee (co-founder Polyvore),  passando por Guy Kawasaki, fundadores AirBnB, fundadores Dropbox, até Oprah Winfrey e Annie Leibovitz.

Interessante ouvir as perguntas de estudantes, empreendedores e visitantes do Vale. Um fator comum: todos querem a fórmula do sucesso. “Como fazer para conquistar exatamente esse sucesso?” “Que dica você daria para novos empreendedores?” “Qual foi o primeiro passo que você deu?” “Do que você se arrepende?”.  E as respostas são sempre interessantes, envolvem bom-senso, persistência, paciência, ousadia, network e por aí vai. Nunca ouvi alguém pronunciar a palavra “sorte”. Sim, sorte. Acho que as pessoas não valorizam muito o componente sorte na criação de uma empresa e na carreira profissional. Por quê o Facebook? Por quê o Google?

Existiam outros empreendedores recem-saídos de Stanford, Harvard, MIT fazendo a mesma coisa e fracassaram. Existem muitos (mas muitos!) casos de fracasso aqui no Vale – a diferença é que os fracassos são estampados no currículo com orgulho pois significam aprendizados e experiência para a próxima empreitada. Mas isso é uma outra história. Voltando ao componente sorte: sim, acredite, tenha perseverança, trabalhe muito, teste hipóteses, vá para a rua e faça o seu melhor. Mas, principalmente, esteja no lugar certo na hora certa. E isso é tão difícil….

Faz tanto tempo que não escrevo que não atualizei vocês sobre BoBAGS: estamos, desde janeiro, na RocketSpace, em San Francisco. Farei um post explicando direitinho o que é e como funciona, mas tenho aprendido muito e conhecido pessoas muito legais por lá. De tempos em tempos tenho uma founders session (que é uma espécie de mentoria) com o CEO da RocketSpace, Duncan Logan, e no nosso último encontro ele me mostrou um vídeo sensacional, que não tem nada, mas tem tudo a ver com empreendedorismo e me fez pensar sobre o tema deste post.

https://www.youtube.com/watch?v=-G-cBND9cN4

Acho que é basicamente a jornada do empreendedorismo. Eu narraria esse vídeo da seguinte forma: você começa dançando sozinho. Na verdade, você dança sozinho por um bom tempo. Em algum momento, algum maluco vem dançar com você. Vocês dançam, dançam…Até que um grupinho vem lá de longe porque achou legal. Tem uma galera que está bem pertinho de vocês, mas eles não se levantam e ficam sentadinhos observando. Mas você continua a dançar. Em algum momento você olha em volta e vê que tem uma turma enorme. Portanto, meus amigos empreendedores, let’s keep dancing!

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Mesinha da BoBAGS na RocketSpace 🙂

 

 

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Para quem trabalha remotamente…

Descobri recentemente um serviço muito interessante para quem trabalha remotamente como eu: o oDesk. Cuidado pois é viciante! Trata-se de uma plataforma de serviços muito eficiente focada, principalmente, em jobs de programação, design e tradução.

Resolvi testar pois precisava de um banner com muita urgência e, para a minha surpresa, assim que postei recebi algumas ofertas. Em paralelo, naveguei pelo site para tentar encontrar perfis interessantes. Na medida que esses perfis vão aparecendo, você pode sugerir que os profissionais se candidatem à vaga postada. Para um trabalho específico, contratei um webdesigner uruguaio com experiência mediana e com perfil parecido com o que eu estava buscando. Para outros jobs contratei uma indiana, uma americana e já até já recontratei o uruguaio.

Pagamento: cada freelancer apresenta o valor que cobra por hora (em USD) no próprio perfil e você, ao fechar o contrato, pode colocar um limite de horas semanais que o contratado pode trabalhar para que o projeto não ultrapasse do budget disponível. Um ponto interessante é que você também pode definir se permite trabalho manual (esboços ou desenhos, por exemplo, para jobs de design ou ilustração). O seu cartão de crédito é cobrado toda segunda-feira.

Bom, tem programador especializado em magento, tem community manager com habilidades em wordpress, tem profissionais (muitos indianos, principalmente) focados em SEO, tem tradutores, webdesigner especializado em programas de educação, desenvolvedores de apps…Enfim, tem muita coisa!

Se você precisar de ajuda, o oDesk possui profissionais de RH que podem ajudar a recrutar um prestador de serviço. Funciona assim: você compra um banco de horas de USD 100,00 adiantado (e que será revertido em contratações futuras) e eles te ajudam a selecionar e entrevistar candidatos. Ainda não usei esse serviço pois preferi eu mesma procurar candidatos para os serviços que precisei (pelo menos por enquanto).

Com os freelancers devidamente contratados, adicionei todos no Skype e fiz uma descrição detalhada do que precisava e eles começaram a trabalhar. De tempos em tempos eles me chamam para esclarecer dúvidas e algumas vezes por dia eu entro no oDesk em uma seção do site chamada “Manage My Team” e acompanho o que fizeram de hora em hora no “Work Diary” de cada um.

Sugiro pedir muitas referências de trabalho e colocar um limite semanal baixo para testar a qualidade do profissional antes de contratá-lo!

Com soluções como oDesk podemos ser cada vez mais móveis. Posso trabalhar da Califórnia, ter meu escritório no Rio de Janeiro e contratar freelancers de vários fusos diferentes para que tenha sempre tarefas sendo executadas.  Ser móvel requer estratégia e gerenciamento eficientes. Isso tudo pode ser relacionado ao conceito de “lifestyle design” que o livro “The 4 hour Work Week“fala bastante. Trata-se de um best-seller que li recentemente por indicação do meu marido e, apesar de termos muitas ressalvas quanto ao livro e sobre o conceito em geral, se conseguirmos extrair a ideia principal e trabalhá-la melhor individualmente, podemos tirar um bom ensinamento: o de que somos cada vez mais móveis e, com isso, podemos construir a nossa vida de forma que não precisemos esperar 65 anos para nos aposentarmos. É possível tirarmos “mini aposentadorias” ao longo de nossa carreira e é possível construirmos uma rotina mais flexível sem comprometer a qualidade e produtividade do nosso trabalho. As ferramentas estão aí (se não, estão podemos criá-las), é só sabermos usar, negociando e estruturando melhor o tempo.  Todo mundo pode rever e melhorar o seu “lifestyle design” e você não precisa ser empreendedor de internet para isso.

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Startup Communities

“Startup Communities” foi um dos livros recomendados pelo professor John Kerry para o workshop “Incubate your Startup” da escola de Continuing Studies de Stanford, que fiz na semana passada. Falarei sobre outros dois livros, “The Silicon Valley Way” e “The Launch Pad”, em outros posts.

O interessante do “Startup Communities” é que aprendemos sobre a criação de um ecossistema de empreendedorismo a partir de relatos de um caso real do “hub” de Boulder, Colorado. A cidade, com menos de 100.000 habitantes, possui uma das maiores densidades empreendedoriais do mundo. O autor, Brad Feld, define densidade empreendorial como = (quantidade de empreendedores + quantidade de pessoas trabalhando em startups) / população adulta. O próprio autor foi um dos provocadores dessa história, provando de fato que você não precisa se mudar para o Vale do Silício para lançar o seu negócio e que o movimento de criação de centros de empreendedorismo precisa ser liderado pelos próprios empreendedores. Ninguém, além deles, poderá liderar a criação de um hub.

Governo? Aceleradoras? Investidores? Universidades?

Todos esses agentes, historicamente, tentam ser os líderes do desenvolvimento da sua comunidade local de startups. Eles são importantíssimos, mas como alimentadores da cadeia, não líderes dela. Isso porque cada um desses participantes possui sua agenda particular: eleições de 4 em 4 anos, concorrências, leis, motivações individuais etc. Além disso, as economias giram em ciclos: crescem, atingem o seu pico, declinam, ressurgem, crescem, pico, declínio….Portanto, os interesses mudam. A visão dos empreendedores precisa ser de longo prazo e isso significa que aqueles que persistirem passarão por alguns ciclos – moderados e severos, inclusive – durante a existência de sua empresa.

O que é necessário para a criação de uma “Startup Community”?

1) A concentração geográfica de Startups permite uma melhor economia de escala, ou seja, empresas que compartilham uma área comum dividem os custos de recursos externos como infraestrutura e advogados. O “efeito de rede” ocorre em sistemas onde a adição de um membro agrega valor para os usuários existentes. Uma área com 10 bons programadores é um bom banco de talentos para uma startup. No entanto, 1.000 bons programadores adicionais na mesma área, compartilhando as melhores práticas, inspirando outros ou iniciando novas startups é ainda mais fantástico. Portanto, economias de escala externas melhoram certos custos; enquanto, os “efeitos de rede” valorizam o espaço onde as startups estão inseridas.

2) O segundo ponto tem a ver com as “redes horizontais”. Um exemplo maravilhoso é a cultura do Vale do Silício que abraçou a troca de informação horizontal entre empresas e a mobilidade de mão de obra. Como a tecnologia em constante mudança, as empresas do Vale estão melhores posicionadas para se adaptarem a novas tendências.

3) Por último, e para mim, a melhor explicação vem da geografia e da ligação entre inovação e indivíduos da “classe-criativa”. A classe criativa é composta por empreendedores, engenheiros, professores e artistas que criam “novas formas com significado e valor”. São pessoas que querem viver em lugares agradáveis, que apreciam uma cultura com tolerância para novas ideias e também para o esquisito e bizarro e, principalmente, que querem ficar perto de outros indivíduos criativos.

Um conceito interessante que o livro reforça é o de que não existe um líder entre os líderes, ou seja, nenhuma startup ou empreendedor lidera o movimento. Quanto mais solta e ampla for essa rede de pessoas e empresas, melhor. Nada de votos, hierarquias ou títulos. Todos são bem-vindos!

Startup Communities

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