Tag Archives: Silicon Valley

Troca-troca de roupas

Uma dica legal para quem está com muitas roupas no armário mas não necessariamente quer vendê-las em um brechó ou simplesmente doá-las é organizar um evento de troca de roupas (clothing swap).

Eu organizei um outro dia aqui em Stanford, junto com algumas amigas e a Peers, que é uma organização que dá suporte e promove a economia colaborativa. A BoBAGS faz parte da comunidade do Peers e foi super legal poder compartilhar com outras pessoas, mesmo que em pequena escala, os benefícios da troca e usar melhor as coisas que a gente tem.

Operação do evento:

– Cada pessoa selecionou 3 peças de roupa ou acessórios usados, porém, em bom estado. Limitamos em três peças pois queríamos que as pessoas fizessem uma espécie de curadoria dentro de seus armários: quais seriam as peças mais bacanas de meu armário que não tenho mais usado mas que podem ser bacanas para outras pessoas?

– Alugamos algumas araras, compramos cabides e etiquetas. Assim que cada pessoa chegasse no evento, ela iria preencher três etiquetas com seu nome e pendurar suas roupas nas araras.

– Peers disponibilizou um sistema online para as pessoas confirmarem presença. Como não queríamos que o evento saísse do nosso controle, optamos por limitar a divulgação somente dentro de um grupo de Stanford.

Quando todo mundo que havia confirmado presença chegou no local, nós começamos o troca-troca. Foi super bacana e fico super feliz quando vejo amigas usando minhas peças e sempre que uso alguma peça garimpada no evento mando uma foto para sua ex-dona 🙂

Outra coisa muito bacana que muitas participantes compartilharam comigo foi que só o processo de olhar para dentro do armário para selecionar peças que não usavam mais, já encontraram muita coisa legal que voltaram a usar mais.

Se você estiver morrendo de vontade de organizar um e precisa de mais dicas, manda e-mail ou deixe uma mensagem.

Algumas fotos do evento na Universidade de Stanford.

Crédito fotos: Anna Konopka

Crédito fotos: Anna Konopka

 

 

 

 

 

 

 

 

 

L1050092(1)

 

 

 

 

 

 

L1050097

 

 

 

 

 

 

 

 

 

L1050088

Tagged , , , , , , ,

Cursos online – The art of the Start

Na semana passada recebi um email do Bill Reichert, (acho que já falei dele aqui. É um dos co-fundadores da Garage Ventures, junto com o Guy Kawasaki) me contando sobre o seu novo projeto, chamado The Art of the Start:  How to Turn Your Ideas into a High-Growth Business”.

O nome com certeza é inspirado no livro de Guy “The Art from the Start” e em uma série de palestras dele sobre empreendedorismo que você pode encontrar no youtube.

O projeto foi lançado no skillshare (vou falar um pouquinho de skillshare já já) em formato de curso online com o objetivo de compartilhar um pouco a experiência deles (incluindo sucessos e fracassos) em uma série de aulas, incluindo: como começar a sua startup, lançamento do produto e como atrair clientes, bootstrapping (que significa financiada com recursos próprios, sem investimento externo) e como levantar investimentos, uso de mídias tradicionais e mídias sociais, além de vários outros tópicos muito úteis para qualquer empreendedor.

Já assisti a algumas aulas. Como é interessante ouvir dois líderes tão inspiradores – Guy Kawasaki e Bill Reichert – levantarem questões como: começar uma Startup com o objetivo de ganhar dinheiro vs gerar valor. Antes de começar uma empreitada que dá um trabalho danado e que não tem vida curta (pelo menos não é o que se deseja), pergunte-se que tipo de valores você quer trazer para o mundo com a sua empresa? E isso não significa ter um lugar bacana e divertido para trabalhar, isso não significa reconhecimento (isso, aliás, é algo que um empreendedor demora muuito a conseguir), muito menos ganhar dinheiro. Veja bem, ganhar dinheiro faz parte do jogo, óbvio. Mas se essa for a sua motivação será muito difícil ficar no jogo até o fim com sensação boa de estar fazendo algo legal e de que gosta.

As aulas reforçam bastante conceitos de Lean Startup e Design Thinking e, no meio da confusão do dia-a-dia, quando você está resolvendo tantas questões operacionais, de social media, revisando conteúdo do site, adaptando tecnologias e testando plugins, uma pausa para ouvir essas duas feras é um refresco, cheio de inspiração e motivação, coisas que todo empreendedor precisa (e muito)! Terminei as aulas que já assisti com vontade de fazer coisas legais na BoBAGS.

Screen Shot 2014-06-09 at 11.36.06 AM

 

 

 

 

 

Screen Shot 2014-06-09 at 11.35.55 AM

 

 

 

 

 

 

Falando um pouquinho do skillshare, para quem não conhece. É uma mídia social para “online learning”. Se você está com bom inglês é uma oportunidade legal para aprender uma ferramenta nova, como mexer no photoshop, como nomear seus “boards” no Pinterest, conhecer um pouco mais de excel, social media, marketing. Você pode seguir esses tópicos (vide imagem abaixo) e receber atualizações sobre centenas de cursos relacionados a tecnologia, design, fotografia. Por menos de 10 dólares você tem acesso a quantas aulas quiser, além de poder dar notas e verificar quais são as aulas mais populares.

 

Screen Shot 2014-06-08 at 3.08.31 PM

 

 
Tagged , , , , , , , , , , , ,

Primeira Aceleradora no Vale

Em setembro de 2013 eu participei com a BoBAGS do primeiro batch da aceleradora Women Startup Lab,  focada em criar uma comunidade de Startups lideradas por mulheres e em ajudar a acelerar essas empresas. Conheci mulheres incríveis e algumas viraram boas amigas.
Foi o processo ideal para o momento em que vivia: precisava desenvolver uma rede de pessoas que estavam passando pelo mesmo momento de vida que eu, de gente para trocar idéias, precisava desenvolver liderança, receber feedback e aprimorar o meu negócio. Isso tudo sem precisar abrir mão de equity. Portanto, WSLab foi a solução perfeita.

Nesses quase quatro meses que passei no WSLab aprendi bastante coisa. A rotina era mais ou menos assim:

  • Eu me encontrava semanalmente com dois mentores. Um deles era a Fran Maier (co-founder do Match.com) que foi super bacana e até se interessou em vender bolsas para a BoBAGS. O outro era um serial entrepreneur aqui do Vale também super legal.
  • Sessões de coaching semanais. Era o momento de parar tudo e olhar para dentro. Foi nesse processo que acabamos criando um laço forte entre as empreendedoras: todas mulheres, compartilhando vitórias, fracassos, aprendendo a comunicar problemas, treinando liderança e aprendendo a seguir em frente, em direção às visões que temos para nossas empresas. Acho legal desenvolver mais um pouco mais sobre coaching para empreendedores pois é algo que precisamos que ter mais no Brasil. Dois pontos interessantes:
  1.  No primeiro dia de aceleração nós ganhamos uma planilha e tivemos que listar dois objetivos reais e mensuráveis que gostaríamos de conquistar até o fim dos três meses.  Começamos a preencher a planilha de trás para frente, ou seja, se o seu objetivo para o fim dos 3 meses é ter 5.000 usuários, quais são os milestones que você precisa atingir um mês antes? E dois meses antes? Semanalmente preenchíamos as ações que nos levaríam ao próximo milestone e sempre acompanhando o que fizemos e o que não fizemos. Além disso, tinha uma coluna que tínhamos que preencher com as vitórias da semana. Incrível como temos tantas vitórias que não comemoramos: a cliente que escreveu um email elogioso, aquela matéria na revista que mencionou a sua empresa, a apresentação corporativa que faltava terminar. Enfim, as pequenas vitórias são muito importantes na vida de um empreendedor.
  2. Sempre que chegávamos na sala tínhamos um exercício chamado “Centering Practise”, desenvolvido pelo Strozzi Institute. Trata-se de um experimento que envolve postura, respiração, observação e sabedoria. Eu pratico até hoje, principalmente em momentos de maior tensão como, por exemplo, antes de uma reunião importante. Farei um post explicando como é o exercício tim-tim por tim-tim.
  • Por último, durante a tarde tínhamos algumas horas de “pitch training” com o Bill Joos. O Bill é super fera e um dos co-founders da Garage Ventures, junto com o Guy Kawasaki e o mote dele é  “life’s a pitch” ou, a vida é um pitch ou uma apresentação (na falta de uma tradução melhor para pitch). O treinamento vale um (ou vários ) posts. Oratória não é  algo bem trabalhado no ensino fundamental no Brasil e acabamos aprendendo na marra mesmo. A gente fica com vergonha de se vender e culturalmente não é educado falar de você mesmo.  Americanos sobem no palco e apresentam qualquer coisa. Aqui tem “elevator pitch”, “napkin pitch”, “handshake pitch”.  Interessante aprender um pouco sobre cada técnica, praticar o seu “pitch” e encontrar as palavras que lhe dão conforto para apresentar o seu negócio e clareza para quem está ouvindo. Eu não sou muito fã dessa mania de criar uma nomenclatura para tudo, mas me ajudou a organizar um pouco melhor a maneira de apresentar a minha empresa.

Em janeiro deste ano tive a oportunidade de apresentar a BoBAGS, junto com outras 5 startups, para algumas figuras interessantes do Vale, dentre elas o próprio Guy Kawasaki e o Bill Reichert. Treinei o meu pitch, recebi feedback e alguns já até coloquei em prática.

Screen Shot 2014-01-31 at 12.13.52 AM

 

 

 

 

 

 

Screen Shot 2014-01-31 at 10.57.05 AM

 

 

 

 

 

 

 

Screen Shot 2014-01-31 at 12.16.32 AM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Screen Shot 2014-01-31 at 10.55.59 AM

Tagged , , , , , , , ,

Startup Communities

“Startup Communities” foi um dos livros recomendados pelo professor John Kerry para o workshop “Incubate your Startup” da escola de Continuing Studies de Stanford, que fiz na semana passada. Falarei sobre outros dois livros, “The Silicon Valley Way” e “The Launch Pad”, em outros posts.

O interessante do “Startup Communities” é que aprendemos sobre a criação de um ecossistema de empreendedorismo a partir de relatos de um caso real do “hub” de Boulder, Colorado. A cidade, com menos de 100.000 habitantes, possui uma das maiores densidades empreendedoriais do mundo. O autor, Brad Feld, define densidade empreendorial como = (quantidade de empreendedores + quantidade de pessoas trabalhando em startups) / população adulta. O próprio autor foi um dos provocadores dessa história, provando de fato que você não precisa se mudar para o Vale do Silício para lançar o seu negócio e que o movimento de criação de centros de empreendedorismo precisa ser liderado pelos próprios empreendedores. Ninguém, além deles, poderá liderar a criação de um hub.

Governo? Aceleradoras? Investidores? Universidades?

Todos esses agentes, historicamente, tentam ser os líderes do desenvolvimento da sua comunidade local de startups. Eles são importantíssimos, mas como alimentadores da cadeia, não líderes dela. Isso porque cada um desses participantes possui sua agenda particular: eleições de 4 em 4 anos, concorrências, leis, motivações individuais etc. Além disso, as economias giram em ciclos: crescem, atingem o seu pico, declinam, ressurgem, crescem, pico, declínio….Portanto, os interesses mudam. A visão dos empreendedores precisa ser de longo prazo e isso significa que aqueles que persistirem passarão por alguns ciclos – moderados e severos, inclusive – durante a existência de sua empresa.

O que é necessário para a criação de uma “Startup Community”?

1) A concentração geográfica de Startups permite uma melhor economia de escala, ou seja, empresas que compartilham uma área comum dividem os custos de recursos externos como infraestrutura e advogados. O “efeito de rede” ocorre em sistemas onde a adição de um membro agrega valor para os usuários existentes. Uma área com 10 bons programadores é um bom banco de talentos para uma startup. No entanto, 1.000 bons programadores adicionais na mesma área, compartilhando as melhores práticas, inspirando outros ou iniciando novas startups é ainda mais fantástico. Portanto, economias de escala externas melhoram certos custos; enquanto, os “efeitos de rede” valorizam o espaço onde as startups estão inseridas.

2) O segundo ponto tem a ver com as “redes horizontais”. Um exemplo maravilhoso é a cultura do Vale do Silício que abraçou a troca de informação horizontal entre empresas e a mobilidade de mão de obra. Como a tecnologia em constante mudança, as empresas do Vale estão melhores posicionadas para se adaptarem a novas tendências.

3) Por último, e para mim, a melhor explicação vem da geografia e da ligação entre inovação e indivíduos da “classe-criativa”. A classe criativa é composta por empreendedores, engenheiros, professores e artistas que criam “novas formas com significado e valor”. São pessoas que querem viver em lugares agradáveis, que apreciam uma cultura com tolerância para novas ideias e também para o esquisito e bizarro e, principalmente, que querem ficar perto de outros indivíduos criativos.

Um conceito interessante que o livro reforça é o de que não existe um líder entre os líderes, ou seja, nenhuma startup ou empreendedor lidera o movimento. Quanto mais solta e ampla for essa rede de pessoas e empresas, melhor. Nada de votos, hierarquias ou títulos. Todos são bem-vindos!

Startup Communities

Tagged , , , , ,