Tag Archives: economia colaborativa

Uber, insustentável leveza.

Sendo esse um blog pessoal, me sinto à vontade para expressar minha opinião e solidariedade ao Uber perante as últimas ocorrências, particularmente na cidade do Rio de Janeiro.

Recentemente, tive uma filha e, desde que voltei para o Brasil (o blog começou quando morava em Palo Alto, Califórnia), não senti necessidade (ainda) de comprar um carro. De uns tempos prá cá comecei um movimento de ser cada vez mais móvel. Não foi nada planejado não. Simplesmente aconteceu. Móvel no sentido de tentar ter menos e de estar sempre pronta para me adequar a uma nova realidade. Foram alguns pequenos hábitos, depois outros e mais outros e, quando percebi, a minha vida estava tão melhor que foi difícil voltar atrás. Um exemplo pequeno de algo que comecei a fazer de uns anos para cá foi o hábito de ter poucas roupas, de boa qualidade e lisas. Meu armário tem uma ou outra roupa estampada, que uso quando sinto vontade de ter algo mais “tchaaaã” mas, basicamente, todas as minhas roupas podem ser combinadas entre si. Como eu disse acima, isso simplesmente foi acontecendo. Outra coisa que me ajudou bastante foi não sair por aí comprando aleatoriamente, mas sim comprar com algum método. Quando morava nos EUA, por exemplo, comprava roupas em basicamente cinco lugares: JCrew, James Perse, Vince, Equipment e Gap. Como é bom saber o que você quer e ir direto ao ponto: comecei a gastar o tempo certo para cada coisa. Li uma entrevista da Sheryl Sandberg outro dia e ela usou o termo “compartimentalizar”. Acho que resume tudo o que queria dizer. Estar no momento presente é um desafio nos dias de hoje com tanta tentação, tantas abas no browser, tanta coisa acontecendo e nos desviando do que realmente queremos fazer.

Voltando a historia da minha bebê, Uber etc.

Desde que voltei para o Rio tenho usado muito Uber com a minha bebê e não senti a necessidade de ter um carro por conta disso. Os motoristas são simpáticos na medida certa, educados, saem do carro para ajudar, desmontam e montam carrinho de bebê (alguns possuem até cadeirinha). Além de os carros serem impecáveis, os motoristas dirigem bem, com prudência, e não parecem ter aquela pressa e impaciência que muitos taxistas demonstram. O transito faz parte e é melhor “enjoy they ride”. Não tenho coragem de colocar a minha bebezinha cheirosa e limpinha em um carro com cheiro de comida, com motorista enviando mensagem de texto enquanto dirige, ter que manusear dinheiro e, ainda, geralmente, ouvir a famosa frase:

– A senhora não tem menor não? Tô sem troco.

Claro, não quero generalizar. Existem motoristas de taxi super bacanas, cordiais e com carros bem cuidados. Mas o problema para mim é não saber o que vou encontrar pela frente quando aceno para um taxi ou solicito via aplicativo. Como saber se o carro terá o padrão que o Uber consegue garantir em toda corrida?

Eu usava muito Uber na California. Meu marido e eu começamos a usar Uber lá atrás, no início de 2012, quando fomos visitar Stanford, para onde nos mudamos no ano seguinte. Em Palo Alto e San Francisco, eu usava muito o UberX, que ainda não tem por aqui. Trata-se de uma categoria mais barata do Uber, com modelos de carros mais simples.

Espero realmente que as autoridades consigam organizar uma forma de os serviços de táxi e Uber coexistirem no Brasil. Mesmo que parte da solução seja unificar taxas e pré-requisitos dos dois serviços.

Esse episódio me fez lembrar de um conceito bem interessante que aprendi na aula do professor Tony Seba, em Stanford, de um curso chamado Understanding and Leading Market Disruption. Esses “disruptions”, ou rompimentos de mercado, vêm em ondas. Essas ondas funcionam como verdadeiros tsunamis e é muito difícil voltar atrás. Depois que o consumidor conhece os benefícios de produtos e serviços, os hábitos evoluem de um jeito que é difícil imaginar a vida antes deles. Essa “onda” do Uber veio com tanta força que o passo já foi dado: se não for o Uber será outra empresa. Pessoalmente, eu já me acostumei com a facilidade de não ter carro, ou de ter carro com motorista quando precisar e em qualquer cidade que morar ou visitar e, principalmente, de usar um aplicativo que se encaixa tão bem no conceito de ter uma vida cada vez mais móvel.

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Troca-troca de roupas

Uma dica legal para quem está com muitas roupas no armário mas não necessariamente quer vendê-las em um brechó ou simplesmente doá-las é organizar um evento de troca de roupas (clothing swap).

Eu organizei um outro dia aqui em Stanford, junto com algumas amigas e a Peers, que é uma organização que dá suporte e promove a economia colaborativa. A BoBAGS faz parte da comunidade do Peers e foi super legal poder compartilhar com outras pessoas, mesmo que em pequena escala, os benefícios da troca e usar melhor as coisas que a gente tem.

Operação do evento:

– Cada pessoa selecionou 3 peças de roupa ou acessórios usados, porém, em bom estado. Limitamos em três peças pois queríamos que as pessoas fizessem uma espécie de curadoria dentro de seus armários: quais seriam as peças mais bacanas de meu armário que não tenho mais usado mas que podem ser bacanas para outras pessoas?

– Alugamos algumas araras, compramos cabides e etiquetas. Assim que cada pessoa chegasse no evento, ela iria preencher três etiquetas com seu nome e pendurar suas roupas nas araras.

– Peers disponibilizou um sistema online para as pessoas confirmarem presença. Como não queríamos que o evento saísse do nosso controle, optamos por limitar a divulgação somente dentro de um grupo de Stanford.

Quando todo mundo que havia confirmado presença chegou no local, nós começamos o troca-troca. Foi super bacana e fico super feliz quando vejo amigas usando minhas peças e sempre que uso alguma peça garimpada no evento mando uma foto para sua ex-dona 🙂

Outra coisa muito bacana que muitas participantes compartilharam comigo foi que só o processo de olhar para dentro do armário para selecionar peças que não usavam mais, já encontraram muita coisa legal que voltaram a usar mais.

Se você estiver morrendo de vontade de organizar um e precisa de mais dicas, manda e-mail ou deixe uma mensagem.

Algumas fotos do evento na Universidade de Stanford.

Crédito fotos: Anna Konopka

Crédito fotos: Anna Konopka

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Gerenciando Freelancers: ferramentas

Estive procurando uma ferramenta legal para gerenciar freelancers. Já conheço e uso oDesk, PeoplePerHour e TaskRabbits da vida mas a minha necessidade agora é diferente. Já tenho o desenvolvedor da tarefa e preciso de uma ferramenta que me ajude a gerenciar as horas trabalhadas, além de efetuar pagamentos. Os sites que mencionei acima são ótimos para quando você tem determinada tarefa e precisa de alguém para executá-las. Mas e quando você já tem a pessoa e não quer pagar as taxas de 10% que esses sites geralmente cobram?

Bom, fiz minhas pesquisas e mandei um email para o grupo do Stanford Venture Studio, do qual a BoBAGS faz parte, e outros empreendedores passaram algumas indicações: http://www.getharvest.com e http://www.transparentbusiness.com/ (que só faz o “tracking” das horas trabalhadas, mas não possui integração com gateway de pagamento) e nas minhas pesquisas encontrei o freshbooks e o http://www.paymo.biz/.

Resolvi testar o Freshbooks. Funcionou até certo ponto e ainda estou testando para ver se resolve o meu problema. Compartilho alguns comentários que talvez possam ajudar outros empreendedores:

Pontos Positivos Freshbooks

  • Integra-se a vários Payment Gateways. Eu optei pelo Paypal.
  • Não cobra comissão.
  • Atendimento é 100%: tivemos alguns problemas de configuração e os emails eram respondidos em menos de 20 minutos. Além das respostas, todos os emails vinham com os problemas solucionados.
  • Ah, achei bem simpático o fato de que dá para personalizar a página com a logo e cores da marca. Fica mais bonitinho!

Pontos Negativos Freshbooks

  • Não tem o mesmo sistema de “tracking” do Elancers e do oDesk, por exemplo, que gera “screenshots” das páginas para que quem está contratando possa acompanhar o trabalho do freelancer.
  • Questão legal: a comunicação desses outros sites mencionados dá um pouco mais de segurança e me parece mais clara quanto a relações trabalhistas e de propriedade intelectual.

Ainda não testei os outros serviços. Já naveguei pelos sites e estou recebendo newsletters. Se não der muito certo com o Freshbooks, vou testar algum desses outros. Dicas são bem-vindas!

 

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Quem está movimentando a “Economia Colaborativa”?

We’re moving from a world where we’re organized around ownership to one organized around access to assets. Lisa Gansky

Para quem quiser conhecer e acompanhar o trabalho de organizações que promovem a “sharing economy” pelo mudo, recomendo pesquisar sobre a OuiShare, The People Who Share, Shareable e Peers.

Tive a oportunidade de conhecer o time dessa última, Peers, no pequeno evento pré-lançamento que eles fizeram em San Francisco, junto com o AirBnB.

Trata-se de uma organização “grassroots” que tem por objetivo desenvolver, dar suporte e fomentar a economia colaborativa no mundo. Nesse primeiro encontro, fundadores e colaboradores de empresas como SideCar, Farmigo, Yerdle, AirBnB, Zaarly e BoBAGS apresentaram sugestões para a estratégia de promoção do Peers. Além disso, ideias foram trocadas e formatos de parceria entre os negócios foram discutidos. Sempre tendo a economia colaborativa como pano de fundo e pensando como podemos adicionar mais valor as nossas vidas e aos nossos processos através das trocas.

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O vídeo de divulgação da primeira campanha do Peers foi exibido nesse encontro. Você já pode conferir clicando no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=UzdSKHA-FvI#action=share

Em breve falarei mais sobre essas organizações (especialmente a Peers), o que estão fazendo localmente e globalmente e como podemos participar.

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