Author Archives: Isabel Braga Teixeira

Uber, insustentável leveza.

Sendo esse um blog pessoal, me sinto à vontade para expressar minha opinião e solidariedade ao Uber perante as últimas ocorrências, particularmente na cidade do Rio de Janeiro.

Recentemente, tive uma filha e, desde que voltei para o Brasil (o blog começou quando morava em Palo Alto, Califórnia), não senti necessidade (ainda) de comprar um carro. De uns tempos prá cá comecei um movimento de ser cada vez mais móvel. Não foi nada planejado não. Simplesmente aconteceu. Móvel no sentido de tentar ter menos e de estar sempre pronta para me adequar a uma nova realidade. Foram alguns pequenos hábitos, depois outros e mais outros e, quando percebi, a minha vida estava tão melhor que foi difícil voltar atrás. Um exemplo pequeno de algo que comecei a fazer de uns anos para cá foi o hábito de ter poucas roupas, de boa qualidade e lisas. Meu armário tem uma ou outra roupa estampada, que uso quando sinto vontade de ter algo mais “tchaaaã” mas, basicamente, todas as minhas roupas podem ser combinadas entre si. Como eu disse acima, isso simplesmente foi acontecendo. Outra coisa que me ajudou bastante foi não sair por aí comprando aleatoriamente, mas sim comprar com algum método. Quando morava nos EUA, por exemplo, comprava roupas em basicamente cinco lugares: JCrew, James Perse, Vince, Equipment e Gap. Como é bom saber o que você quer e ir direto ao ponto: comecei a gastar o tempo certo para cada coisa. Li uma entrevista da Sheryl Sandberg outro dia e ela usou o termo “compartimentalizar”. Acho que resume tudo o que queria dizer. Estar no momento presente é um desafio nos dias de hoje com tanta tentação, tantas abas no browser, tanta coisa acontecendo e nos desviando do que realmente queremos fazer.

Voltando a historia da minha bebê, Uber etc.

Desde que voltei para o Rio tenho usado muito Uber com a minha bebê e não senti a necessidade de ter um carro por conta disso. Os motoristas são simpáticos na medida certa, educados, saem do carro para ajudar, desmontam e montam carrinho de bebê (alguns possuem até cadeirinha). Além de os carros serem impecáveis, os motoristas dirigem bem, com prudência, e não parecem ter aquela pressa e impaciência que muitos taxistas demonstram. O transito faz parte e é melhor “enjoy they ride”. Não tenho coragem de colocar a minha bebezinha cheirosa e limpinha em um carro com cheiro de comida, com motorista enviando mensagem de texto enquanto dirige, ter que manusear dinheiro e, ainda, geralmente, ouvir a famosa frase:

– A senhora não tem menor não? Tô sem troco.

Claro, não quero generalizar. Existem motoristas de taxi super bacanas, cordiais e com carros bem cuidados. Mas o problema para mim é não saber o que vou encontrar pela frente quando aceno para um taxi ou solicito via aplicativo. Como saber se o carro terá o padrão que o Uber consegue garantir em toda corrida?

Eu usava muito Uber na California. Meu marido e eu começamos a usar Uber lá atrás, no início de 2012, quando fomos visitar Stanford, para onde nos mudamos no ano seguinte. Em Palo Alto e San Francisco, eu usava muito o UberX, que ainda não tem por aqui. Trata-se de uma categoria mais barata do Uber, com modelos de carros mais simples.

Espero realmente que as autoridades consigam organizar uma forma de os serviços de táxi e Uber coexistirem no Brasil. Mesmo que parte da solução seja unificar taxas e pré-requisitos dos dois serviços.

Esse episódio me fez lembrar de um conceito bem interessante que aprendi na aula do professor Tony Seba, em Stanford, de um curso chamado Understanding and Leading Market Disruption. Esses “disruptions”, ou rompimentos de mercado, vêm em ondas. Essas ondas funcionam como verdadeiros tsunamis e é muito difícil voltar atrás. Depois que o consumidor conhece os benefícios de produtos e serviços, os hábitos evoluem de um jeito que é difícil imaginar a vida antes deles. Essa “onda” do Uber veio com tanta força que o passo já foi dado: se não for o Uber será outra empresa. Pessoalmente, eu já me acostumei com a facilidade de não ter carro, ou de ter carro com motorista quando precisar e em qualquer cidade que morar ou visitar e, principalmente, de usar um aplicativo que se encaixa tão bem no conceito de ter uma vida cada vez mais móvel.

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DVF Made for Glass

Apesar de o Google Glass ser um produto super bacana (e que ainda deve evoluir muito),  achava que a ideia não iria vingar entre nós, meros mortais e seria mais um acessório para ser usado dentro do campus do Google, em Mountain View.

Isso porque trata-se de um acessório difícil de usar sem chamar muita atenção. A pessoa que está usando sabe que está usando. Portanto, a não ser que essa seja a intenção, é uma peça complicada de se usar mantendo a normalidade. Até hoje!

A estilista Diane Von Furstenberg conseguiu unir tecnologia e moda e elevar o universo dos óculos para um outro nível. Para os aficionados em “wearable technology”, DVF acaba de lançar uma linha de Google Glass customizada por ela, DVF Made for Glass. São 5 modelos de prescrição e 2 escuros.

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Segue um trecho de um bate-papo entre Diane Von Furstenberg e Isabelle Olsson, lead designer do Google Glass.

http://www.youtube.com/watch?v=_WVfBwCMnDE

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Troca-troca de roupas

Uma dica legal para quem está com muitas roupas no armário mas não necessariamente quer vendê-las em um brechó ou simplesmente doá-las é organizar um evento de troca de roupas (clothing swap).

Eu organizei um outro dia aqui em Stanford, junto com algumas amigas e a Peers, que é uma organização que dá suporte e promove a economia colaborativa. A BoBAGS faz parte da comunidade do Peers e foi super legal poder compartilhar com outras pessoas, mesmo que em pequena escala, os benefícios da troca e usar melhor as coisas que a gente tem.

Operação do evento:

– Cada pessoa selecionou 3 peças de roupa ou acessórios usados, porém, em bom estado. Limitamos em três peças pois queríamos que as pessoas fizessem uma espécie de curadoria dentro de seus armários: quais seriam as peças mais bacanas de meu armário que não tenho mais usado mas que podem ser bacanas para outras pessoas?

– Alugamos algumas araras, compramos cabides e etiquetas. Assim que cada pessoa chegasse no evento, ela iria preencher três etiquetas com seu nome e pendurar suas roupas nas araras.

– Peers disponibilizou um sistema online para as pessoas confirmarem presença. Como não queríamos que o evento saísse do nosso controle, optamos por limitar a divulgação somente dentro de um grupo de Stanford.

Quando todo mundo que havia confirmado presença chegou no local, nós começamos o troca-troca. Foi super bacana e fico super feliz quando vejo amigas usando minhas peças e sempre que uso alguma peça garimpada no evento mando uma foto para sua ex-dona 🙂

Outra coisa muito bacana que muitas participantes compartilharam comigo foi que só o processo de olhar para dentro do armário para selecionar peças que não usavam mais, já encontraram muita coisa legal que voltaram a usar mais.

Se você estiver morrendo de vontade de organizar um e precisa de mais dicas, manda e-mail ou deixe uma mensagem.

Algumas fotos do evento na Universidade de Stanford.

Crédito fotos: Anna Konopka

Crédito fotos: Anna Konopka

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Cursos online – The art of the Start

Na semana passada recebi um email do Bill Reichert, (acho que já falei dele aqui. É um dos co-fundadores da Garage Ventures, junto com o Guy Kawasaki) me contando sobre o seu novo projeto, chamado The Art of the Start:  How to Turn Your Ideas into a High-Growth Business”.

O nome com certeza é inspirado no livro de Guy “The Art from the Start” e em uma série de palestras dele sobre empreendedorismo que você pode encontrar no youtube.

O projeto foi lançado no skillshare (vou falar um pouquinho de skillshare já já) em formato de curso online com o objetivo de compartilhar um pouco a experiência deles (incluindo sucessos e fracassos) em uma série de aulas, incluindo: como começar a sua startup, lançamento do produto e como atrair clientes, bootstrapping (que significa financiada com recursos próprios, sem investimento externo) e como levantar investimentos, uso de mídias tradicionais e mídias sociais, além de vários outros tópicos muito úteis para qualquer empreendedor.

Já assisti a algumas aulas. Como é interessante ouvir dois líderes tão inspiradores – Guy Kawasaki e Bill Reichert – levantarem questões como: começar uma Startup com o objetivo de ganhar dinheiro vs gerar valor. Antes de começar uma empreitada que dá um trabalho danado e que não tem vida curta (pelo menos não é o que se deseja), pergunte-se que tipo de valores você quer trazer para o mundo com a sua empresa? E isso não significa ter um lugar bacana e divertido para trabalhar, isso não significa reconhecimento (isso, aliás, é algo que um empreendedor demora muuito a conseguir), muito menos ganhar dinheiro. Veja bem, ganhar dinheiro faz parte do jogo, óbvio. Mas se essa for a sua motivação será muito difícil ficar no jogo até o fim com sensação boa de estar fazendo algo legal e de que gosta.

As aulas reforçam bastante conceitos de Lean Startup e Design Thinking e, no meio da confusão do dia-a-dia, quando você está resolvendo tantas questões operacionais, de social media, revisando conteúdo do site, adaptando tecnologias e testando plugins, uma pausa para ouvir essas duas feras é um refresco, cheio de inspiração e motivação, coisas que todo empreendedor precisa (e muito)! Terminei as aulas que já assisti com vontade de fazer coisas legais na BoBAGS.

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Falando um pouquinho do skillshare, para quem não conhece. É uma mídia social para “online learning”. Se você está com bom inglês é uma oportunidade legal para aprender uma ferramenta nova, como mexer no photoshop, como nomear seus “boards” no Pinterest, conhecer um pouco mais de excel, social media, marketing. Você pode seguir esses tópicos (vide imagem abaixo) e receber atualizações sobre centenas de cursos relacionados a tecnologia, design, fotografia. Por menos de 10 dólares você tem acesso a quantas aulas quiser, além de poder dar notas e verificar quais são as aulas mais populares.

 

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Primeira Aceleradora no Vale

Em setembro de 2013 eu participei com a BoBAGS do primeiro batch da aceleradora Women Startup Lab,  focada em criar uma comunidade de Startups lideradas por mulheres e em ajudar a acelerar essas empresas. Conheci mulheres incríveis e algumas viraram boas amigas.
Foi o processo ideal para o momento em que vivia: precisava desenvolver uma rede de pessoas que estavam passando pelo mesmo momento de vida que eu, de gente para trocar idéias, precisava desenvolver liderança, receber feedback e aprimorar o meu negócio. Isso tudo sem precisar abrir mão de equity. Portanto, WSLab foi a solução perfeita.

Nesses quase quatro meses que passei no WSLab aprendi bastante coisa. A rotina era mais ou menos assim:

  • Eu me encontrava semanalmente com dois mentores. Um deles era a Fran Maier (co-founder do Match.com) que foi super bacana e até se interessou em vender bolsas para a BoBAGS. O outro era um serial entrepreneur aqui do Vale também super legal.
  • Sessões de coaching semanais. Era o momento de parar tudo e olhar para dentro. Foi nesse processo que acabamos criando um laço forte entre as empreendedoras: todas mulheres, compartilhando vitórias, fracassos, aprendendo a comunicar problemas, treinando liderança e aprendendo a seguir em frente, em direção às visões que temos para nossas empresas. Acho legal desenvolver mais um pouco mais sobre coaching para empreendedores pois é algo que precisamos que ter mais no Brasil. Dois pontos interessantes:
  1.  No primeiro dia de aceleração nós ganhamos uma planilha e tivemos que listar dois objetivos reais e mensuráveis que gostaríamos de conquistar até o fim dos três meses.  Começamos a preencher a planilha de trás para frente, ou seja, se o seu objetivo para o fim dos 3 meses é ter 5.000 usuários, quais são os milestones que você precisa atingir um mês antes? E dois meses antes? Semanalmente preenchíamos as ações que nos levaríam ao próximo milestone e sempre acompanhando o que fizemos e o que não fizemos. Além disso, tinha uma coluna que tínhamos que preencher com as vitórias da semana. Incrível como temos tantas vitórias que não comemoramos: a cliente que escreveu um email elogioso, aquela matéria na revista que mencionou a sua empresa, a apresentação corporativa que faltava terminar. Enfim, as pequenas vitórias são muito importantes na vida de um empreendedor.
  2. Sempre que chegávamos na sala tínhamos um exercício chamado “Centering Practise”, desenvolvido pelo Strozzi Institute. Trata-se de um experimento que envolve postura, respiração, observação e sabedoria. Eu pratico até hoje, principalmente em momentos de maior tensão como, por exemplo, antes de uma reunião importante. Farei um post explicando como é o exercício tim-tim por tim-tim.
  • Por último, durante a tarde tínhamos algumas horas de “pitch training” com o Bill Joos. O Bill é super fera e um dos co-founders da Garage Ventures, junto com o Guy Kawasaki e o mote dele é  “life’s a pitch” ou, a vida é um pitch ou uma apresentação (na falta de uma tradução melhor para pitch). O treinamento vale um (ou vários ) posts. Oratória não é  algo bem trabalhado no ensino fundamental no Brasil e acabamos aprendendo na marra mesmo. A gente fica com vergonha de se vender e culturalmente não é educado falar de você mesmo.  Americanos sobem no palco e apresentam qualquer coisa. Aqui tem “elevator pitch”, “napkin pitch”, “handshake pitch”.  Interessante aprender um pouco sobre cada técnica, praticar o seu “pitch” e encontrar as palavras que lhe dão conforto para apresentar o seu negócio e clareza para quem está ouvindo. Eu não sou muito fã dessa mania de criar uma nomenclatura para tudo, mas me ajudou a organizar um pouco melhor a maneira de apresentar a minha empresa.

Em janeiro deste ano tive a oportunidade de apresentar a BoBAGS, junto com outras 5 startups, para algumas figuras interessantes do Vale, dentre elas o próprio Guy Kawasaki e o Bill Reichert. Treinei o meu pitch, recebi feedback e alguns já até coloquei em prática.

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Gerenciando Freelancers: ferramentas

Estive procurando uma ferramenta legal para gerenciar freelancers. Já conheço e uso oDesk, PeoplePerHour e TaskRabbits da vida mas a minha necessidade agora é diferente. Já tenho o desenvolvedor da tarefa e preciso de uma ferramenta que me ajude a gerenciar as horas trabalhadas, além de efetuar pagamentos. Os sites que mencionei acima são ótimos para quando você tem determinada tarefa e precisa de alguém para executá-las. Mas e quando você já tem a pessoa e não quer pagar as taxas de 10% que esses sites geralmente cobram?

Bom, fiz minhas pesquisas e mandei um email para o grupo do Stanford Venture Studio, do qual a BoBAGS faz parte, e outros empreendedores passaram algumas indicações: http://www.getharvest.com e http://www.transparentbusiness.com/ (que só faz o “tracking” das horas trabalhadas, mas não possui integração com gateway de pagamento) e nas minhas pesquisas encontrei o freshbooks e o http://www.paymo.biz/.

Resolvi testar o Freshbooks. Funcionou até certo ponto e ainda estou testando para ver se resolve o meu problema. Compartilho alguns comentários que talvez possam ajudar outros empreendedores:

Pontos Positivos Freshbooks

  • Integra-se a vários Payment Gateways. Eu optei pelo Paypal.
  • Não cobra comissão.
  • Atendimento é 100%: tivemos alguns problemas de configuração e os emails eram respondidos em menos de 20 minutos. Além das respostas, todos os emails vinham com os problemas solucionados.
  • Ah, achei bem simpático o fato de que dá para personalizar a página com a logo e cores da marca. Fica mais bonitinho!

Pontos Negativos Freshbooks

  • Não tem o mesmo sistema de “tracking” do Elancers e do oDesk, por exemplo, que gera “screenshots” das páginas para que quem está contratando possa acompanhar o trabalho do freelancer.
  • Questão legal: a comunicação desses outros sites mencionados dá um pouco mais de segurança e me parece mais clara quanto a relações trabalhistas e de propriedade intelectual.

Ainda não testei os outros serviços. Já naveguei pelos sites e estou recebendo newsletters. Se não der muito certo com o Freshbooks, vou testar algum desses outros. Dicas são bem-vindas!

 

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Empreender com um bocadinho de sorte

Tanta coisa legal que gostaria de ter compartilhado por aqui nesses últimos meses. Culpa da BoBAGS 🙂

Mas estou de volta! Tenho pensado bastante em escrever mais sobre essa longa jornada que é o empreendedorismo. Após um ano aqui no Vale do Silício, envolvida com empreendedores, aceleradoras, incubadoras, mentores, Stanford, etc. aprendi muita coisa. Interessante ver tantos exemplos de sucesso (e também de fracasso), aprender um pouquinho aqui, um pouquinho ali e, finalmente, concluir que não existe uma fórmula.

Posso listar tantas palestras, “fireside chats”, workshops e conferências que participei este ano com figuras como: Ron Johnson (para quem não sabe, é simplesmente o cara que criou o conceito das lojas da Apple), Carlos Ghosn, Andy Dunn (fundador da Bonobos), Jess Lee (co-founder Polyvore),  passando por Guy Kawasaki, fundadores AirBnB, fundadores Dropbox, até Oprah Winfrey e Annie Leibovitz.

Interessante ouvir as perguntas de estudantes, empreendedores e visitantes do Vale. Um fator comum: todos querem a fórmula do sucesso. “Como fazer para conquistar exatamente esse sucesso?” “Que dica você daria para novos empreendedores?” “Qual foi o primeiro passo que você deu?” “Do que você se arrepende?”.  E as respostas são sempre interessantes, envolvem bom-senso, persistência, paciência, ousadia, network e por aí vai. Nunca ouvi alguém pronunciar a palavra “sorte”. Sim, sorte. Acho que as pessoas não valorizam muito o componente sorte na criação de uma empresa e na carreira profissional. Por quê o Facebook? Por quê o Google?

Existiam outros empreendedores recem-saídos de Stanford, Harvard, MIT fazendo a mesma coisa e fracassaram. Existem muitos (mas muitos!) casos de fracasso aqui no Vale – a diferença é que os fracassos são estampados no currículo com orgulho pois significam aprendizados e experiência para a próxima empreitada. Mas isso é uma outra história. Voltando ao componente sorte: sim, acredite, tenha perseverança, trabalhe muito, teste hipóteses, vá para a rua e faça o seu melhor. Mas, principalmente, esteja no lugar certo na hora certa. E isso é tão difícil….

Faz tanto tempo que não escrevo que não atualizei vocês sobre BoBAGS: estamos, desde janeiro, na RocketSpace, em San Francisco. Farei um post explicando direitinho o que é e como funciona, mas tenho aprendido muito e conhecido pessoas muito legais por lá. De tempos em tempos tenho uma founders session (que é uma espécie de mentoria) com o CEO da RocketSpace, Duncan Logan, e no nosso último encontro ele me mostrou um vídeo sensacional, que não tem nada, mas tem tudo a ver com empreendedorismo e me fez pensar sobre o tema deste post.

https://www.youtube.com/watch?v=-G-cBND9cN4

Acho que é basicamente a jornada do empreendedorismo. Eu narraria esse vídeo da seguinte forma: você começa dançando sozinho. Na verdade, você dança sozinho por um bom tempo. Em algum momento, algum maluco vem dançar com você. Vocês dançam, dançam…Até que um grupinho vem lá de longe porque achou legal. Tem uma galera que está bem pertinho de vocês, mas eles não se levantam e ficam sentadinhos observando. Mas você continua a dançar. Em algum momento você olha em volta e vê que tem uma turma enorme. Portanto, meus amigos empreendedores, let’s keep dancing!

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Mesinha da BoBAGS na RocketSpace 🙂

 

 

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Incubadora de Tech verdadeiramente “disruptive”

Poderá o novo Mark Zuckeberg surgir de trás das celas da Penitenciária Estadual de San Quentin, na Califórnia? Se depender de Chris Redlitz, um exemplo inspirador, talvez.

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Heracio “Ray” Harts matou um homem na frente da casa de amigos em Stockton e ficou 8 anos encarcerado em San Quentin. Por mais determinado que Ray estivesse a deixar a prisão para se tornar um homem melhor, para cuidar de sua esposa e filhos e para contribuir verdadeiramente para a sociedade, ele sabia que o caminho seria longo e árduo. “Eu sentava na minha cela e me preocupava com o meu futuro e também com o futuro de minha família. Eu tinha a certeza de que ninguém jamais me contrataria”, ele lembra.

O rótulo de um ex-condenado é muito difícil de ser mudado e Ray havia visto essa história muitas vezes: outros detentos que saíram, se perderam na vida e voltaram para a prisão.

Contra todas as apostas, 63 dias após ser solto, Ray Harts, possui um estágio remunerado na Rally.org (site de crowdfunding em San Francisco) e está se preparando para fazer um “pitch” de sua ideia de negócio no escritório da Quora (site de perguntas e respostas, editado e organizado por usuários – fundado por dois “ex-facebookers”), em Mountain View.

Voltamos agora para Chris Redlitz, capitalista de risco veterano em San Francisco e criador do programa “Last Mile” – um modelo híbrido de incubadora, curso de ensino prático e também de remodelagem da imagem do sistema penitenciário industrial. Ex-maratonista, Redlitz passou pelos tempos áureos da Reebok, criou seu escritório de VC em 2003 e, em 2011, criou sua própria aceleradora para start-ups voltadas para mídias digitais, a Kicklabs. Algumas empresas que fazem parte de seu portfolio: Domo, Scan, Kiip, Scvngr e o site de letras de hip-hop Rap Genius.

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A Last Mile é, com certeza, a aposta mais ousada da Redlitz. O modelo de aceleração é bem parecido com o da Kicklabs, 6 meses de imersão, coaching etc. Praticamente todas as aulas têm participações de gurus de tecnologia, como: Guy Kawasaki, Rafi Syed, Josh Kopelman, Erik Moore e Andy Smith. Isso sem contar com o ícone de hip-hop e grande amigo de Redlitz, MC Hammer. Todos os alunos são estimulados a  participar de redes sociais e blogs (com o auxílio do staff da Last Mile, pois muito nem conheciam Facebook!) contando suas experiências, respondendo a perguntas sobre a vida de um ex-presidiário e o que o levou a cometer um crime. A ideia é criar um ambiente de comunicação aberta e sem tabus.

O programa da Last Mile está começando, seu primeiro Demo Day contou com uma audiência de mais de 40 profissionais de tecnologia e capitalistas de risco. A missão é proporcionar treinamento ainda na prisão, para que os detentos desenvolvam habilidades que proporcionem a criação de uma empresa ou a obtenção de trabalho quando forem soltos. Redlitz sabe que nem a metade dos participantes se tornarão empreendedores de sucesso, mas espera que, no fim do programa, todos estejam melhores educados e mais confiantes para uma recolocação profissional, agregando valor para a sociedade.

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Para quem trabalha remotamente…

Descobri recentemente um serviço muito interessante para quem trabalha remotamente como eu: o oDesk. Cuidado pois é viciante! Trata-se de uma plataforma de serviços muito eficiente focada, principalmente, em jobs de programação, design e tradução.

Resolvi testar pois precisava de um banner com muita urgência e, para a minha surpresa, assim que postei recebi algumas ofertas. Em paralelo, naveguei pelo site para tentar encontrar perfis interessantes. Na medida que esses perfis vão aparecendo, você pode sugerir que os profissionais se candidatem à vaga postada. Para um trabalho específico, contratei um webdesigner uruguaio com experiência mediana e com perfil parecido com o que eu estava buscando. Para outros jobs contratei uma indiana, uma americana e já até já recontratei o uruguaio.

Pagamento: cada freelancer apresenta o valor que cobra por hora (em USD) no próprio perfil e você, ao fechar o contrato, pode colocar um limite de horas semanais que o contratado pode trabalhar para que o projeto não ultrapasse do budget disponível. Um ponto interessante é que você também pode definir se permite trabalho manual (esboços ou desenhos, por exemplo, para jobs de design ou ilustração). O seu cartão de crédito é cobrado toda segunda-feira.

Bom, tem programador especializado em magento, tem community manager com habilidades em wordpress, tem profissionais (muitos indianos, principalmente) focados em SEO, tem tradutores, webdesigner especializado em programas de educação, desenvolvedores de apps…Enfim, tem muita coisa!

Se você precisar de ajuda, o oDesk possui profissionais de RH que podem ajudar a recrutar um prestador de serviço. Funciona assim: você compra um banco de horas de USD 100,00 adiantado (e que será revertido em contratações futuras) e eles te ajudam a selecionar e entrevistar candidatos. Ainda não usei esse serviço pois preferi eu mesma procurar candidatos para os serviços que precisei (pelo menos por enquanto).

Com os freelancers devidamente contratados, adicionei todos no Skype e fiz uma descrição detalhada do que precisava e eles começaram a trabalhar. De tempos em tempos eles me chamam para esclarecer dúvidas e algumas vezes por dia eu entro no oDesk em uma seção do site chamada “Manage My Team” e acompanho o que fizeram de hora em hora no “Work Diary” de cada um.

Sugiro pedir muitas referências de trabalho e colocar um limite semanal baixo para testar a qualidade do profissional antes de contratá-lo!

Com soluções como oDesk podemos ser cada vez mais móveis. Posso trabalhar da Califórnia, ter meu escritório no Rio de Janeiro e contratar freelancers de vários fusos diferentes para que tenha sempre tarefas sendo executadas.  Ser móvel requer estratégia e gerenciamento eficientes. Isso tudo pode ser relacionado ao conceito de “lifestyle design” que o livro “The 4 hour Work Week“fala bastante. Trata-se de um best-seller que li recentemente por indicação do meu marido e, apesar de termos muitas ressalvas quanto ao livro e sobre o conceito em geral, se conseguirmos extrair a ideia principal e trabalhá-la melhor individualmente, podemos tirar um bom ensinamento: o de que somos cada vez mais móveis e, com isso, podemos construir a nossa vida de forma que não precisemos esperar 65 anos para nos aposentarmos. É possível tirarmos “mini aposentadorias” ao longo de nossa carreira e é possível construirmos uma rotina mais flexível sem comprometer a qualidade e produtividade do nosso trabalho. As ferramentas estão aí (se não, estão podemos criá-las), é só sabermos usar, negociando e estruturando melhor o tempo.  Todo mundo pode rever e melhorar o seu “lifestyle design” e você não precisa ser empreendedor de internet para isso.

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Fazendo negócios no século XXI

Através de uma plataforma online chamada Meetup (que promove encontros de diversos grupos para discussão de interesses comuns), comecei a participar de eventos do Hackers and Founders, que é a maior comunidade de fundadores de empresas de tecnologia no Vale do Silício.

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O meu primeiro encontro foi um almoço organizado pelo H/F junto com uma start-up chamada Wednesdays, que também promove esse mesmo formato de encontros de pessoas com interesses comuns, porém através de almoços às quartas-feiras. Bom, o interesse comum aqui era literalmente unir as tribos hackers e founders. O resto simplesmente acontece naturalmente. E foi exatamente o que aconteceu.

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Ao meu lado direito, sentou-se um holandês que está trabalhando em uma ferramenta de vendas super robusta que pode ser acoplada ao salesforce. Bem objetivo, focado e com um negócio aparentemente bem estruturado.

Ao meu lado esquerdo, sentou-se um empreendedor cujo day job é o de funcionário de uma organização que promove empreendedorismo em comunidades que enfrentam ou enfretaram algum desastre ou dificuldade. À noite, o trabalho é outro: ele está desenvolvendo, junto com dois outros programadores, uma rede social baseada em interesses, ou seja, as pessoas ficariam amigas a partir de um gosto comum por shows de rock, pelo seu time de futebol ou por praias no sudeste brasileiro, por exemplo. O lançamento será em duas semanas e, portanto, o clima é de tensão, pois já estão trabalhando nesse projeto há mais de um ano.

Uma outra pessoa bem interessante que conheci está trabalhando em uma plataforma parecida com o Linkedin, porém, focada na geração Y (ou geração do milênio). As taxas de desemprego estão altas, segundo ela, e um trabalho mais focado é o que os jovens precisam ao sair do MBA ou de uma pós-graduação para encontrar o trabalho certo.

Interessante troca de ideias durante um almoço em um restaurante grego em Mountain View. Após o evento você pode mandar suas impressões para o duo Hackers and Founders / Wednesdays e ainda dizer com quem você trocou mais ideias. No próximo encontro, eles tentarão colocar pessoas com perfis mais interessantes para você na sua mesa ou mesmo sugerir almoços individuais com elas, para que possam desenvolver o assunto iniciado no Wednesdays.

Trata-se de um bom exemplo de como uma ferramenta tecnológica pode ajudar a aproximar pessoas com interesses comuns. Os encontros e a troca continuam pessoais!

Ah, e o almoço custa sempre entre USD 15 e USD 20. Você informa o número do cartão ao RSVP, mas só é cobrado quando o evento estiver próximo.

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Esse será o próximo evento, em Palo Alto.

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